A busca pela qualidade também está na comunicação. Falar menos e dizer mais em menor tempo tem sido o objetivo de quem tem a conexão com seu público como meta. Uma definição que vale   pessoas, empresas, campanhas publicitárias, notícias jornalísticas e tudo mais, até mesmo para a comunicação afetiva, dentro de casa. 

Falar menos não significa deixar de dizer o que precisa ser dito, mas dizê-lo de forma afetiva e objetiva. O que não é a tarefa mais fácil, pois estamos a habituados ao discurso prolixo como ferramenta de persuasão. E aí está o maior desafio dessa maneira minimalista de comunicar, convencer com pouco, menos é mais quando os argumentos falam por si mesmo. 

As pessoas não têm tempo, ou pelo menos vivem a todo momento essa sensação de não terem. É muito a se ver, saber, ouvir, fazer e as mesmas 24 horas de sempre. Pular stories de 15 segundos nas redes sociais porque eles roubam o tempo dedicado ao navegar descompromissadamente pelas plataformas. 

Os gurus da comunicação efetiva em tempos digitais propagam que um vídeo, por exemplo, publicado no Instagram, tem menos de dois segundos para chamar a atenção da audiência. Faz sentido, já que o modelo que mais atrai a audiência atualmente tem sido o dos vídeos curtos e editados com tempo inferior a 30 segundos. Portanto, a sensação de que a plateia não tem tempo a perder é real. 

E é uma sensação que sai do mundo digital e vem para o presencial. Palestras longas, reuniões que não tem hora para terminar, discursos excessivamente robustos estão completamente fora de questão atualmente. É preciso investir na objetividade para não perder tempo.  

Mas, objetividade não significa falta de sentimento, renunciar à gentileza, deixar de lado a afetividade. Ao contrário, quanto mais a fala curta for direcionada ao campo das emoções, mais efetivo será seu resultado. 

Mas, como alcançar esse nível de excelência na comunicação imediatista e midiática da disputa de atenção do outro? Investindo em conhecimento, preparação, técnica. Estudar comunicação é estudar o ser humano e seu comportamento. Comunicação é habilidade básica para qualquer atividade humana e precisa ser considerada como tal. Foque no outro e conecte-se a ele, fale menos e comunique-se mais. 

Luciana Gomes 

Jornalista e professora de Oratória