O Chacrinha sempre esteve certo, “quem não se comunica se trumbica”, já dizia o Velho Guerreiro. E antes que você comece a pesquisar, explico, “trumbicar” significa fracassar ou se dar mal, para usar o coloquial. Hoje em dia a máxima do grande comunicador popular que pendurava melancias no pescoço e jogava peças de bacalhau na platéia faz mais sentido que há cinco décadas, quando ele a proferiu. 

Basta acessar as redes sociais para entender quantas pessoas sérias e profissionais renomados viraram os nos Chacrinhas, rebolando em dancinhas de gosto duvidoso ou utilizando as técnicas da moda para buscar uma forma de comunicação mais criativa com seu público. Tantos deles “pagando mico” e abrindo mão de uma imagem profisisonal competente para apelarem para o que disseram a eles que “engaja e traz mais seguidores”. 

O que boa parte dos comunicadores da Internet não tem consciência é que para se comunicar é preciso entender minimamente o processo da comunicação humana. Não basta seguir cegamente o que os gurus digitais dizem. É preciso entender o seu papel no jogo efetivo da comunicação humana, que remonta ao princípio da civilização e não ao futuro das redes sociais. 

Se você quer assumir o papel de emissor no processo de comunicação, você primeiro tem que, no mímino, ter um boa mensagem para passar. Questione a qualidade do seu conteúdo, a utilidade que esse conteúdo terá na vida das pessoas. Afinal, a comunicação humana tem como objetivo a compreensão pelo receptor e não a satisfação dos desejos do emissor. Ou seja, saiba para quem você quer falar. Quais são as vontades e necessidades da sua audiência, o que ela espera de você e como você pode se conectar a ela utilizando uma linguagem que ela compreenda. 

E é a partir dos três elementos básicos da comunicação humana, emissor – mensagem – receptor, que tudo acontece. Independentemente do canal escolhido. A base é a mesma, sempre, em qualquer situação ou modo de comunicação. 

Luciana Gomes 

jornalista e professora de oratória