Mais de uma geração cresceu ouvindo a vinheta do programa infantil da TV Cultura, Rá Tim Bum, que causava uma reação imediata em qualquer criança. A famosa “senta, que lá vem história” convencia até os adultos a fazerem uma pausa diante da telinha. Mas não é privilégio de uma ou mais gerações modernas reagir a uma boa história, a humanidade, mesmo antes do desenvolvimento da linguagem verbal, já utilizava as paredes das cavernas para registrar as histórias do cotidiano na luta pela sobrevivência. 

Histórias nos conectam com o outro, e nele reconhecemos a nós mesmos. As atuais técnicas de storytelling, jornada do herói, nada mais são do que técnicas para contar histórias, porque todo mundo gosta de uma boa história. 

E você, certamente, tem muita história para contar, não apenas do que já ouviu, mas, principalmente do que já viveu. A sua trajetória até aqui pode servir de inspiração para quem está só começando, pois traz em si os ensinamentos de quem passou por situações e aprendeu com todas elas. Por isso, compartilhe com o mundo o que você tem adquirido pela vida. 

Qualquer tipo de apresentação em público, de uma aula teórica a um discurso político, deve conter em si o tom da história a que pertence ou ser, por si, protagonista de sua própria história. Mesmo que o assunto abordado seja puramente técnico ou científico, cabe que seja contado como uma história, pois se torna mais saboroso na compreensão da audiência. 

Ao assumir o desafio de falar em público lembre-se de contar uma história, ou várias. Por mais que a informação que você vai compartilhar possa ser encontrada em outro lugar, como sites especializados, livros publicados, artigos citados, o que quem está ali para te ouvir deseja, de fato, é saber o tom dado por você àquela informação, a sua experiência pessoal ali compartilhada, a sua verdade, que só você sabe contar do seu jeito. Então, conte-a com uma história. Somos seres feitos de histórias.  

#vaiefala 

Luciana Gomes 

jornalista e professora de oratória